A vida é a honra de estar sonhando, e cada qual sonha seu papel, sonha sua vida. Cada Segismundo desse mundo passa longe da modéstia lopesca, e pouco importa a honra individual, pois é mais doce a honra corporativa. Ao menos parece doce o velho defeito que tem o fel. O maior monstro do mundo é o médico de sua honra, e ele caminha com a alma cega pelas florestas escuras das paixões amorosas, onde não existe a cura para o ciúme patológico. A precária existência, aprisionando a liberdade, enfraquecendo o poder da vontade, bem diante do destino, vivendo do consolo vazio de que, nesse sonho, se pode fazer o bem.
O GRANDE TEATRO DO MUNDO CALDERONIANO

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