Conversar com meus amigos da terceira dimensão é uma experiência fascinante.
O que você tem aqui é algo de extraordinário.
A vida se recicla ganha novas formas, novos estados de consciência.
Certa vez um amigo daqui me perguntou se eu gostava mais da agitação das praias ou da tranquilidade do campo.
Eu disse a ele que o campo era um lugar bastante agradável e relaxante.
Ele disse que a praia era muito melhor.
O sol, a areia, o mar, a agitação, as pessoas. Terminou sua defesa da praia com a simples alegação de que, “no campo não tem nada”.
A verdade é que tudo nos multiversos pode ser muito chato, se não houver ninguém, nenhum ser que possa testemunhar.
Toda vez que estou em busca de tranquilidade, procuro refugio na realidade de um planeta vazio.
Nela, ainda que a vegetação tenha obtido o sucesso em seu desenvolvimento, que os oceanos sejam límpidos e cristalinos, a atmosfera leve e pura, tudo aqui é apenas fotossíntese.
A vida animal como você conhece não prosperou.
Nunca existiu um único ser animal vivo, nem no mar, nem no céu, nem na terra.
Próximo ainda da realidade do planeta vazio, existe uma realidade onde a evolução física e química da raça humana não conseguiu passar do estado de verme.
É medonho ver o estado de consciência das pessoas que eu conheço vibrando apenas como um verme.
Mas, no mundo vazio, o Sol se levanta todas as manhãs, as águas evaporam sob seu calor, as plantas se esticam tentando tocar o céu.
Elas são as soberanas deste planeta, as frutas alimentam o solo, o azul do céu e as águas tem um tom esverdeado.
Milhões de árvores milenares, gigantescas e com troncos de quilômetros de diâmetro.
As mais velhas criaturas do mundo.
Um mundo, onde a natureza simplesmente dispensou a presença dos animais e decidiu pela supremacia da vegetação.
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