O LOBO

Porque o homem que me devora
É o Lobo que me tem agora,
Me assombra e depois consola,
Me mata e me ressuscita.

Me tem porque me joga fora,
Me alegra o que entristece
A face do que em mim padece,
Na noite que já nasce morta.

Feliz é o que não se conforta
Nas teias da alma sublime…
A vida que fechou as portas,
Caminho de estradas tortas…

Devora-me, então, meu homem,
Que é parte do prazer divino
Fazer com que o próprio Homem
Carregue seu próprio assassino.

DF 08/05/2016

Fernando Fortuna

Publicitário, escritor, cineasta, músico. Pois bem, amante das artes e dos movimentos filosóficos da alma. Noite Literal é o meu quintal celestial. É neste espaço que pretendo trocar energias com você.

Leia também

COMENTE!

5 comentários

  1. Renata disse:

    Divino!! Parabéns

  2. Edson Gritti disse:

    Palavras

  3. Jacqueline disse:

    Lindo poema! Parabéns!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *